No último dia 14, pesquisadores do Grande Colisor de Partículas (LHC, na sigla, em inglês), o maior acelerador de partículas do mundo, anunciaram ter visto, em dois experimentos, sinais compatíveis com o famoso bóson de Higgs, a famosa partícula que explica por que todas as outras têm massa. No entanto, novas experiências serão necessárias para confirmar a detecção.
Desde a construção do LHC, desenvolvida pelo Centro Europeu de Física Nuclear Cern), havia certa expectativa de encontrar traços da famosa partícula fossem detectadas. Por muito tempo se acreditou que os átomos fossem a unidade da matéria que não poderia ser dividida. No entanto, descobriu-se que o próprio átomo era formado por partículas ainda mais fundamentais. Dessas partículas fundamentais, apenas o Bóson de Higgs não foi identificado em experiências, ou seja, permanecia apenas sendo um “modelo teórico”.
O problema é que essa partícula é a que valida a teoria do Modelo Padrão, na medida em que ela seria a responsável pela aquisição de massa de outras partículas elementares. Trocando em miúdos: o atual modelo explica a “materialidade” do nosso mundo. Caso surjam evidências experimentais da existência do bóson de Higgs, a teoria atual se confirmará. Do contrário, teríamos que mudar todo o modelo construído por décadas e que, até o presente momento, pode “explicar” a matéria “visível”. O que seria absolutamente coerente com a própria história do conhecimento científico. Se uma hipótese teórica não passa a prova dos experimentos há dois caminhos a seguir: a substituição do modelo teórico ou o seu refinamento. Na ciência, resultados negativos e crises de modelos teóricos levam ao conhecimento mais amplo do funcionamento da natureza.
Mas, além do Higgs, o propósito destas colisões é conhecer as propriedades de outras partículas elementares da matéria, partículas que compõem os prótons, por exemplo, e obter pistas de estados da matéria que, segundo o Modelo Padrão, teriam existido nas fases iniciais do universo.
O capitalismo e o futuro da ciência
Há várias questões que os experimentos no LHC poderão ou não responder. Muitas dúvidas também surgirão. As primeiras respostas (e novas perguntas) vão demorar ao menos uma década, pela quantidade colossal de dados e informações produzidas pela máquina.
Mas não há dúvidas de que os resultados irão determinar o futuro das inovações e vai afetar, sobretudo, todas as gerações de nosso século, do ponto de vista científico, tecnológico, econômico, social e, principalmente, político.
O avanço nas pesquisas mostra o esforço da humanidade para tentar compreender a complexidade da natureza. Mas, o que esperar desses imensos avanços que se dão sob uma sociedade dividida em classes sociais, sob o domínio capitalista? Como serão usadas as tecnologias desenvolvidas? Será que países imperialistas, como os EUA, gastam bilhões neste tipo de pesquisa movidos apenas por “curiosidade cientifica”? Certamente que não. O que motiva as grandes potências a financiarem essas pesquisas científicas são seus interesses políticos-militares e econômicos. Existe uma preocupação de que as descobertas a partir do colisor de partículas, o LHC, sejam usadas com objetivos militares. Suas descobertas também poderão ser usadas para desenvolver novas tecnologias votadas para ampliação da exploração dos trabalhadores. Foi o que aconteceu, por exemplo, com a revolução tecnológica propiciada pelo advento da informática. Ou ainda, com a teoria da relatividade geral de Albert Einstein, um pacifista, que serviu mais tarde como base para desenvolver as bombas atômicas que arrasaram as cidades de Hiroshima e Nagasaki, ao final da Segunda Guerra.
Sob o capitalismo, a ciência sempre esteve voltada para desenvolver as forças destrutivas da humanidade ou pela expectativa de lucros, a serviço da exploração. Um exemplo pode ser encontrado dentro das fábricas.
As inovações tecnológicas dos últimos anos (microeletrônica, robotização, computação) não resultaram em melhoria das condições de vida da classe trabalhadora ou na diminuição do tempo de trabalho. Toda a conversa de mais tempo livre não se concretizou. Ao contrário, temos mais lucros aos capitalistas, enquanto os trabalhadores continuam trabalhando mais, inclusive no tempo livre. Sob o capitalismo, mais avanço tecnológico representou mais desemprego e aumento do ritmo de trabalho.
O capitalismo impulsiona o progresso cientifico apenas para garantir o privilégio de punhado de burgueses. Mas o sistema também é o maior freio que existe ao desenvolvimento cientifico na atualidade.
Livre das amarras
Isso tudo significa que não devemos nos empolgar com as novas descobertas promovida pela ciência? Claro que não. O que conhecimento científico deve ser encarado como um patrimônio da civilização humana. Algo que transcende a dimensão da vida cotidiana ordinária. No entanto, para seu pleno desenvolvimento (assim com como de outras esferas da cultura humana) é preciso libertar a ciência das amarras da sociedade produtora de mercadorias. É preciso uma sociedade sem classes e sem opressão, portanto, socialista, para livrar a ciência desta camisa de força. Assim, os avanços científicos não seriam resultado do desenvolvimento das forças destrutivas, mas voltados ao bem-estar da humanidade.
Retirado do Site do PSTU
Desde a construção do LHC, desenvolvida pelo Centro Europeu de Física Nuclear Cern), havia certa expectativa de encontrar traços da famosa partícula fossem detectadas. Por muito tempo se acreditou que os átomos fossem a unidade da matéria que não poderia ser dividida. No entanto, descobriu-se que o próprio átomo era formado por partículas ainda mais fundamentais. Dessas partículas fundamentais, apenas o Bóson de Higgs não foi identificado em experiências, ou seja, permanecia apenas sendo um “modelo teórico”.
O problema é que essa partícula é a que valida a teoria do Modelo Padrão, na medida em que ela seria a responsável pela aquisição de massa de outras partículas elementares. Trocando em miúdos: o atual modelo explica a “materialidade” do nosso mundo. Caso surjam evidências experimentais da existência do bóson de Higgs, a teoria atual se confirmará. Do contrário, teríamos que mudar todo o modelo construído por décadas e que, até o presente momento, pode “explicar” a matéria “visível”. O que seria absolutamente coerente com a própria história do conhecimento científico. Se uma hipótese teórica não passa a prova dos experimentos há dois caminhos a seguir: a substituição do modelo teórico ou o seu refinamento. Na ciência, resultados negativos e crises de modelos teóricos levam ao conhecimento mais amplo do funcionamento da natureza.
Mas, além do Higgs, o propósito destas colisões é conhecer as propriedades de outras partículas elementares da matéria, partículas que compõem os prótons, por exemplo, e obter pistas de estados da matéria que, segundo o Modelo Padrão, teriam existido nas fases iniciais do universo.
O capitalismo e o futuro da ciência
Há várias questões que os experimentos no LHC poderão ou não responder. Muitas dúvidas também surgirão. As primeiras respostas (e novas perguntas) vão demorar ao menos uma década, pela quantidade colossal de dados e informações produzidas pela máquina.
Mas não há dúvidas de que os resultados irão determinar o futuro das inovações e vai afetar, sobretudo, todas as gerações de nosso século, do ponto de vista científico, tecnológico, econômico, social e, principalmente, político.
O avanço nas pesquisas mostra o esforço da humanidade para tentar compreender a complexidade da natureza. Mas, o que esperar desses imensos avanços que se dão sob uma sociedade dividida em classes sociais, sob o domínio capitalista? Como serão usadas as tecnologias desenvolvidas? Será que países imperialistas, como os EUA, gastam bilhões neste tipo de pesquisa movidos apenas por “curiosidade cientifica”? Certamente que não. O que motiva as grandes potências a financiarem essas pesquisas científicas são seus interesses políticos-militares e econômicos. Existe uma preocupação de que as descobertas a partir do colisor de partículas, o LHC, sejam usadas com objetivos militares. Suas descobertas também poderão ser usadas para desenvolver novas tecnologias votadas para ampliação da exploração dos trabalhadores. Foi o que aconteceu, por exemplo, com a revolução tecnológica propiciada pelo advento da informática. Ou ainda, com a teoria da relatividade geral de Albert Einstein, um pacifista, que serviu mais tarde como base para desenvolver as bombas atômicas que arrasaram as cidades de Hiroshima e Nagasaki, ao final da Segunda Guerra.
Sob o capitalismo, a ciência sempre esteve voltada para desenvolver as forças destrutivas da humanidade ou pela expectativa de lucros, a serviço da exploração. Um exemplo pode ser encontrado dentro das fábricas.
As inovações tecnológicas dos últimos anos (microeletrônica, robotização, computação) não resultaram em melhoria das condições de vida da classe trabalhadora ou na diminuição do tempo de trabalho. Toda a conversa de mais tempo livre não se concretizou. Ao contrário, temos mais lucros aos capitalistas, enquanto os trabalhadores continuam trabalhando mais, inclusive no tempo livre. Sob o capitalismo, mais avanço tecnológico representou mais desemprego e aumento do ritmo de trabalho.
O capitalismo impulsiona o progresso cientifico apenas para garantir o privilégio de punhado de burgueses. Mas o sistema também é o maior freio que existe ao desenvolvimento cientifico na atualidade.
Livre das amarras
Isso tudo significa que não devemos nos empolgar com as novas descobertas promovida pela ciência? Claro que não. O que conhecimento científico deve ser encarado como um patrimônio da civilização humana. Algo que transcende a dimensão da vida cotidiana ordinária. No entanto, para seu pleno desenvolvimento (assim com como de outras esferas da cultura humana) é preciso libertar a ciência das amarras da sociedade produtora de mercadorias. É preciso uma sociedade sem classes e sem opressão, portanto, socialista, para livrar a ciência desta camisa de força. Assim, os avanços científicos não seriam resultado do desenvolvimento das forças destrutivas, mas voltados ao bem-estar da humanidade.
Retirado do Site do PSTU
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