Em meio a uma das maiores crises de seu governo, presidente anuncia referendo sobre construção de estrada em área indígena
Pressionado pelo crescimento dos protestos indígenas, o presidente Evo Morales foi obrigado a recuar no projeto de construção da rodovia que cortará o Parque Nacional IsiboroSécure (Tipnis), entre os departamentos de Beni e Cochabamba. Após a violenta repressão contra os manifestantes, Morales anunciou a suspensão das obras e a realização de uma consulta às populações dos departamentos envolvidos.
Iniciados há mais de um mês, os protestos indígenas contra a construção da rodovia ganharam apoio de trabalhadores e estudantes e aumentam a pressão contra o governo Morales. Os indígenas são contrários à construção de um trecho de 300 Km que cortará a área de proteção ambiental. Eles questionam a viabilidade e a necessidade da estrada, e afirmam não terem sido consultados sobre ela, o que é uma exigência legal. Ainda segundo o movimento, a obra colocará em risco o modo de vida das comunidades locais e provocará a invasão de madeireiros e plantadores de coca.
Os interesses do Brasil
A rodovia Santo Ignácio de Moxos-Villa Turina faz parte da Iniciativa de Integração da Infraestrutura Regional Sul Americana (IIRSA), que visa interligar os portos do Atlântico e Pacífico por meio de estradas, ferrovias e hidrovias, facilitando o escoamento das mercadorias produzidas na região com destino aos mercados norte-americano e asiático. Justamente por isso a rodovia é de grande interesse do Brasil, que financia 80% do custo da obra via BNDES, que bancará US$332 milhões dos US$415 milhões totais.
O movimento também questiona o papel do Brasil no financiamento do projeto, e reivindica que a presidente Dilma suspenda o empréstimo do BNDES ao governo boliviano, uma vez que não foram realizados estudos sobre o impacto ambiental da obra. Apesar de esta ser uma das ‘exigências’ da política do banco, não é a primeira vez que a instituição concede financiamentos a projetos sem estudos ambientais.
Este é apenas um, dentre as dezenas de empreendimentos financiados pelo BNDES, e que estão sendo questionados pelas populações locais em função de seus graves impactos ambientais e sociais, o que deixa claro que tipo de projeto desenvolvimentista o Brasil defende e financia em seu papel de liderança na América Latina. Projeto que colonializa os territórios e as riquezas naturais dos países vizinhos em prol dos interesses das elites transnacionais brasileiras.
Sob a responsabilidade da empreiteira OAS Ltda, o traçado total do projeto chega à fronteira do Brasil pelo estado de Rondônia, e será fundamental para o escoamento da soja produzida no norte e centro-oeste do país, maior produtor e exportador da América Latina.Sendo assim, trata-se de mais um projeto financiado pelo dinheiro público que beneficiará os empresários do agronegócio e da construção civil, e que atenta aos interesses da população pobre e trabalhadora do continente, que segue sem acesso a serviços públicos básicos de saúde e educação, enquanto o dinheiro é usado para a construção de estradas.
A truculência de Evo Morales contra os manifestantes e sua atuação em total acordo com os interesses defendidos pelo governo brasileiro jogam por terra o discurso do “socialismo indígena” e provam que Morales está mais preocupado em defender as empreiteiras e multinacionais que dependem das riquezas naturais da Bolívia, do que a população indígena, por quem foi eleito.
Retirado do Site do PSTU
Pressionado pelo crescimento dos protestos indígenas, o presidente Evo Morales foi obrigado a recuar no projeto de construção da rodovia que cortará o Parque Nacional IsiboroSécure (Tipnis), entre os departamentos de Beni e Cochabamba. Após a violenta repressão contra os manifestantes, Morales anunciou a suspensão das obras e a realização de uma consulta às populações dos departamentos envolvidos.
Iniciados há mais de um mês, os protestos indígenas contra a construção da rodovia ganharam apoio de trabalhadores e estudantes e aumentam a pressão contra o governo Morales. Os indígenas são contrários à construção de um trecho de 300 Km que cortará a área de proteção ambiental. Eles questionam a viabilidade e a necessidade da estrada, e afirmam não terem sido consultados sobre ela, o que é uma exigência legal. Ainda segundo o movimento, a obra colocará em risco o modo de vida das comunidades locais e provocará a invasão de madeireiros e plantadores de coca.
Os interesses do Brasil
A rodovia Santo Ignácio de Moxos-Villa Turina faz parte da Iniciativa de Integração da Infraestrutura Regional Sul Americana (IIRSA), que visa interligar os portos do Atlântico e Pacífico por meio de estradas, ferrovias e hidrovias, facilitando o escoamento das mercadorias produzidas na região com destino aos mercados norte-americano e asiático. Justamente por isso a rodovia é de grande interesse do Brasil, que financia 80% do custo da obra via BNDES, que bancará US$332 milhões dos US$415 milhões totais.
O movimento também questiona o papel do Brasil no financiamento do projeto, e reivindica que a presidente Dilma suspenda o empréstimo do BNDES ao governo boliviano, uma vez que não foram realizados estudos sobre o impacto ambiental da obra. Apesar de esta ser uma das ‘exigências’ da política do banco, não é a primeira vez que a instituição concede financiamentos a projetos sem estudos ambientais.
Este é apenas um, dentre as dezenas de empreendimentos financiados pelo BNDES, e que estão sendo questionados pelas populações locais em função de seus graves impactos ambientais e sociais, o que deixa claro que tipo de projeto desenvolvimentista o Brasil defende e financia em seu papel de liderança na América Latina. Projeto que colonializa os territórios e as riquezas naturais dos países vizinhos em prol dos interesses das elites transnacionais brasileiras.
Sob a responsabilidade da empreiteira OAS Ltda, o traçado total do projeto chega à fronteira do Brasil pelo estado de Rondônia, e será fundamental para o escoamento da soja produzida no norte e centro-oeste do país, maior produtor e exportador da América Latina.Sendo assim, trata-se de mais um projeto financiado pelo dinheiro público que beneficiará os empresários do agronegócio e da construção civil, e que atenta aos interesses da população pobre e trabalhadora do continente, que segue sem acesso a serviços públicos básicos de saúde e educação, enquanto o dinheiro é usado para a construção de estradas.
A truculência de Evo Morales contra os manifestantes e sua atuação em total acordo com os interesses defendidos pelo governo brasileiro jogam por terra o discurso do “socialismo indígena” e provam que Morales está mais preocupado em defender as empreiteiras e multinacionais que dependem das riquezas naturais da Bolívia, do que a população indígena, por quem foi eleito.
Retirado do Site do PSTU
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