sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Mato Grosso do Sul: crise política e a desfiliação em massa do PSOL

Nesses últimos meses a mídia, tanto escrita quanto virtual e televisiva, expõe uma situação alarmante no estado do Mato Grosso do Sul: o envolvimento de inúmeros políticos, empresários e servidores públicos em casos de corrupção, desvio de dinheiro público, favorecimentos e muitos outros atos inerentes ao sistema capitalista.

Todos esses fatos começaram a ser efetivamente expostos após os registros dos candidatos que pleiteiam a um cargo ao executivo ou ao parlamento em 2011, comprovando afinal a dimensão viciada do processo eleitoral burguês.

Com as denúncias perpetradas por um jornalista que ocupava o cargo político de Secretário Municipal de Governo em Dourados (MS), surgiu a possibilidade de os movimentos sociais comprometidos com a luta e não com a ilusão eleitoral exigirem medidas concretas no sentido de denunciar a situação de desmandos ali persistentes.

Esses mesmos movimentos levantaram a palavra de ordem “Fora Artuzi” (prefeito de Dourados) e a imediata formação de comitês populares, sindicais, estudantis visando à administração desse município - propostas encaminhadas pela CSP Conlutas/MS e pelo PSTU – que encontraram respaldo na vanguarda que ali se encontrava e na população local, insatisfeita com aquela situação.

O prefeito continua preso, assim como algumas pessoas que têm envolvimento com esse esquema de corrupção. Mas os trabalhadores, estudantes, enfim, os lutadores, não se iludem com os procedimentos adotados pela democracia burguesa e continuam a luta no sentido de denunciar o sistema capitalista e seus “meios”, quais sejam, que tanto os corruptos quanto os corruptores sejam libertados (o que já vem acontecendo com o apoio do judiciário sul mato grossense).

Não bastassem os fatos que têm acontecido na cidade de Dourados/MS, nas últimas semanas foram divulgadas imagens e documentos de mais esquemas de corrupção envolvendo tanto o atual Governador do Mato Grosso do Sul, Puccinelli, e atual candidato à reeleição quanto de seu adversário Zeca do PT (que já governara o Estado em uma Frente Popular no período de 98 a 2006).

Denúncias que já há muito tempo são notórias, mas que vêm se alastrando em um momento oportuno para os interesses das classes dominantes no estado, até porque esses candidatos defendem o mesmo sistema econômico e a mesma prática política que há anos é aplicada.

Por um lado, denúncias que tornam públicos acordos, desvio de dinheiro, favorecimentos tanto ao governador quanto a membros da Justiça do Estado e ao Ministério Público.

Por outro, denúncias que destacam o governo de Frente Popular quando da gestão do Zeca do PT como participante de inúmeros casos de corrupção (processos licitatórios que envolveram empresas de publicidades, verbas do FAT etc).


A crise do PSOL-MS

A “terceira via” apontada no Estado, a candidatura do PSOL ao governo, também demonstra a insustentabilidade política perpetrada há anos, pois esse partido, com um discurso populista, não enfatiza a monstruosidade do capitalismo e, sim, tenta humanizá-lo.

Esse mesmo candidato tem recebido críticas que o acusam de receber dinheiro para beneficiar a candidatura à reeleição de André Puccinelli, em virtude dos “ataques” despendidos ao Zeca do PT.

Três situações concretas são visíveis hoje no Estado: a mobilização extraordinária dos companheiros em Dourados, a formação de um comitê contra a corrupção no Estado (dirigida, é claro, pela CUT e movimentos ligados à candidatura do Zeca do PT) e ao descontentamento de militantes históricos do PSOL convergindo para uma desfiliação em massa.

O PSTU, que não lançara candidatos em Mato Grosso do Sul neste ano, não acredita que, sob o capitalismo, essa situação será revertida. Somente uma sociedade socialista mudará essa faceta, onde os trabalhadores, os movimentos sociais, as entidades estudantis, os sem terra terão o controle absoluto do Estado.

Por essas razões, o PSTU conclama esses mesmos movimentos para que rompam com esse sistema e votem 16 nestas eleições. Conclama, ainda, os militantes lutadores do PSOL que estão se desfiliando para que venham para as fileiras do partido revolucionário para que sigamos na luta cotidiana pelo classismo, por um mundo sem opressões, pelo socialismo com democracia operária.


167 militantes se desfiliam do PSOL

Em meio à crise política que vive o PSOL no estado, 167 militantes acabaram de se desfiliar do partido. Leia abaixo manifesto divulgado pelos ativistas, que segue na íntegra:

BASTA

SE O PARTIDO NÃO PÕE PRÁ FORA OS CORRUPTOS E FICHAS SUJAS, NÓS, FUNDADORES DO PSOL SOCIALISTAS HISTÓRICOS, MILITANTES HONESTOS, SAIMOS



Não dá prá aguentar mais. CHEGA. Temos Vergonha na Cara e uma História prá zelar. Já denunciamos várias vezes prá Executiva Nacional a situação do Partido em MS. Fizemos, inclusive, as denúncias pessoalmente para o Tesoureiro Nacional Sr. Francisvaldo, que nos disse que não dava para a Secretaria Geral encaminhar a decisão da Executiva Nacional porque ele e o Secretário Geral não tinham nada contra o Sr.Nei Braga (candidato ficha suja pelo PSOL ao governo de MS) desconhecendo totalmente o fato de que o mesmo foi EXPULSO do partido em 2006 pela própria Direção Nacional do PSOL por traição aos princípios do Partido a à ética da classe trabalhadora.


Pois Bem. Agora a situação é seguinte: Se a Executiva Nacional não toma as providências, o povo toma: O PSOL E OS CANDIDATOS DO PARTIDO ESTÃO SENDO VAIADOS OSTENSIVAMENTE NAS RUAS E NAS MANIFESTAÇÕES POPULARES, chamados de traidores da classe trabalhadora trabalhadora, PORQUE NÃO DISSERAM NADA, ABSOLUTAMENTE NADA, no horário eleitoral gratuito, até esse exato momento, acerca da escandalosa CORRUPÇÂO que assola nosso estado seja na cidade de DOURADOS (onde foran presos quase todas as autoridades da cidade) seja na Assembléia Legislativa, no Governo do Estado e no Ministério Público Estadual, conforme as novas denúcias que estão em toda a imprensa nacional e internacional. O cúmulo do ABSURDO é que o Sr. Nei Braga, candidato ficha suja do PSOL/MS chegou, inclusive, corajosamente, a enfrentar os manifestantes, na Assembléia Legislativa, que pediam providências e prisão para os corruptos, e PASMEM, A DEFENDER o Deputado ArY Rigo, dizendo que ele ESTAVA BÊBADO quando foi efetuado a gravação da sua conversa, num disparate escandaloso de DEFESA DOS CORRUPTOS. Obviamente que, após dizer isso, Nei Braga quase foi linchado pelos manifestantes de mais de 30 entidades sindicais, populares e estudantís. Teve que sair correndo da Assembléia Legislativa, num cena ridícula e espetacularmente TRISTE E VERGONHA PARA A ESQUERDA DE MS.


Portanto. caros amigos da esquerda filiados ao PSOL MS: CONVOCO A TODOS PARA UMA REUNIUÃO NO SÁBADO ÀS 10 HORAS, NO HOTEL GASPAR, prá elaborarmos nosso MANIFESTO de desfiliação do Partido e traçarmos nossos caminhos daqui prá frente, sempre, obviamente, ao lado da classe trabalhadora e no combate à burguesia e suas políticas.


CHEGOU A HORA MOÇADA. VAMOS MOSTRAR NOSSA INDIGNAÇÃO TAMBÉM COM A SITUAÇÃO DO PSOL/MS


Com informações do Site do PSTU

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