Após a primeira fase da crise mundial, que teve sua passagem pelo Brasil marcada pelos incentivos promovidos pelo governo Lula e pelos governos estaduais em 2009 e 2010 (isenção de IPI, Cofins, ICMS e injeção de bilhões nos cofres dos bancos e empresas), demissões e as reduções de jornada com redução salarial, as empresas lucraram horrores em 2010. As estimativas de crescimento da indústria superam 2008 e 2009 (cerca de 12% conforme a CNI – Confederação Nacional da Indústria), e muitas empresas quase dobraram seu faturamento em relação a 2008, como a Embraer e a International Motores em São Paulo.
Esse cenário se confronta com a disposição das direções dos sindicatos dirigidos pela CUT e pela Força Sindical, pois como estavam voltados para as eleições parlamentares, secundarizaram as campanhas salariais. Isso tanto para elevar o volume de sua campanha eleitoral, quanto para evitar o confronto com os empresários que em geral financiam as campanhas eleitorais do PT e do PDT, apoiados pelas duas centrais.
Mesmo assim, os metalúrgicos de todo o país estão fechando suas campanhas salariais com importantes conquistas garantidas a partir da mobilização em algumas regiões e fábricas, com destaque para a disposição de luta dos trabalhadores, que em alguns momentos rejeitaram propostas de suas direções para impor conquistas sociais e salariais além das oferecidas pelos patrões e acordadas com os sindicatos.
Foi o caso, por exemplo, dos trabalhadores de São Bernardo (base da CUT) que rejeitaram as propostas do sindicato/patronal, pois queriam a equiparação já, incorporada ao aumento, junto com abono de R$2.200 e impuseram suas exigências. Na Renault do Paraná (base da Força Sindical), ocorreu o mesmo. A base rejeitou a proposta de 9% e inclusive o abono de R$2.200 e entrou em greve. Com isso, conquistaram R$4.200 de abono e aumento de 10,5%. Em São José dos Campos o destaque importantíssimo está na conquista de licença maternidade de seis meses na GM, no setor de autopeças e eletroeletrônico. Na Toyota em Campinas (Intersindical) os trabalhadores rejeitaram os 10% sem abono e entraram em greve. Assim foi também na Bahia, onde mais de 30 empresas foram paralisadas pelos trabalhadores que exigem 18% de aumento, PCS e redução da jornada.
Os poucos exemplos que citamos demonstram que, caso se impusesse um ritmo de campanha salarial mais ousado, seria possível conquistar de conjunto melhorias salariais. Porém a postura dos sindicatos dirigidos pela CUT e Força Sindical não tem só a ver com as eleições. São direções sindicais que primam pela negociação amistosa com a patronal e com o governo, evitando a mobilização, justamente porque a mobilização pode gerar um sentimento de confiança na classe operária que a leva a superar as propostas negociadas por suas direções e questioná-las.
Os trabalhadores percebem no dia a dia, no ritmo de trabalho que lhes é imposto nas fábricas: horas-extras, assédio moral, pressão por produção, turnos de 12 horas, que há condições de ter conquistas superiores. As empresas não repuseram a quantidade de trabalhadores demitidos em 2009. Por exemplo, a Embraer (São José dos Campos) demitiu 4 mil e não recontratou nem 25% desses trabalhadores, no entanto quase triplicou sua produção.
Nesse sentido, é necessário romper a barreira da desinformação imposta pelos meios de comunicação e pelos sindicatos através da unificação das campanhas, apoio às oposições sindicais e socialização das informações sobre as lutas e conquistas em outras regiões, como forma de acender a chama de luta dos operários industriais. Bem como seu papel político no questionamento à exploração e à apropriação das riquezas pelos patrões.
O proletariado industrial deve ser a vanguarda da construção de uma nova sociedade sem exploração, uma sociedade socialista. E a cada luta econômica ou social, seja ela defensiva ou ofensiva, deve-se compreender como um questionamento da sociedade capitalista, da sociedade de classes que prima pela elevação da exploração sob a desculpa da concorrência de mercado. Os metalúrgicos de São José, Campinas, Limeira e Santos vêm dando o exemplo, agora é necessário avançar para um debate de unificação nacional da data-base de metalúrgicos, piso salarial unificado e outras bandeiras sociais como a licença maternidade de 180 dias.
Retirado do Site do PSTU
Esse cenário se confronta com a disposição das direções dos sindicatos dirigidos pela CUT e pela Força Sindical, pois como estavam voltados para as eleições parlamentares, secundarizaram as campanhas salariais. Isso tanto para elevar o volume de sua campanha eleitoral, quanto para evitar o confronto com os empresários que em geral financiam as campanhas eleitorais do PT e do PDT, apoiados pelas duas centrais.
Mesmo assim, os metalúrgicos de todo o país estão fechando suas campanhas salariais com importantes conquistas garantidas a partir da mobilização em algumas regiões e fábricas, com destaque para a disposição de luta dos trabalhadores, que em alguns momentos rejeitaram propostas de suas direções para impor conquistas sociais e salariais além das oferecidas pelos patrões e acordadas com os sindicatos.
Foi o caso, por exemplo, dos trabalhadores de São Bernardo (base da CUT) que rejeitaram as propostas do sindicato/patronal, pois queriam a equiparação já, incorporada ao aumento, junto com abono de R$2.200 e impuseram suas exigências. Na Renault do Paraná (base da Força Sindical), ocorreu o mesmo. A base rejeitou a proposta de 9% e inclusive o abono de R$2.200 e entrou em greve. Com isso, conquistaram R$4.200 de abono e aumento de 10,5%. Em São José dos Campos o destaque importantíssimo está na conquista de licença maternidade de seis meses na GM, no setor de autopeças e eletroeletrônico. Na Toyota em Campinas (Intersindical) os trabalhadores rejeitaram os 10% sem abono e entraram em greve. Assim foi também na Bahia, onde mais de 30 empresas foram paralisadas pelos trabalhadores que exigem 18% de aumento, PCS e redução da jornada.
Os poucos exemplos que citamos demonstram que, caso se impusesse um ritmo de campanha salarial mais ousado, seria possível conquistar de conjunto melhorias salariais. Porém a postura dos sindicatos dirigidos pela CUT e Força Sindical não tem só a ver com as eleições. São direções sindicais que primam pela negociação amistosa com a patronal e com o governo, evitando a mobilização, justamente porque a mobilização pode gerar um sentimento de confiança na classe operária que a leva a superar as propostas negociadas por suas direções e questioná-las.
Os trabalhadores percebem no dia a dia, no ritmo de trabalho que lhes é imposto nas fábricas: horas-extras, assédio moral, pressão por produção, turnos de 12 horas, que há condições de ter conquistas superiores. As empresas não repuseram a quantidade de trabalhadores demitidos em 2009. Por exemplo, a Embraer (São José dos Campos) demitiu 4 mil e não recontratou nem 25% desses trabalhadores, no entanto quase triplicou sua produção.
Nesse sentido, é necessário romper a barreira da desinformação imposta pelos meios de comunicação e pelos sindicatos através da unificação das campanhas, apoio às oposições sindicais e socialização das informações sobre as lutas e conquistas em outras regiões, como forma de acender a chama de luta dos operários industriais. Bem como seu papel político no questionamento à exploração e à apropriação das riquezas pelos patrões.
O proletariado industrial deve ser a vanguarda da construção de uma nova sociedade sem exploração, uma sociedade socialista. E a cada luta econômica ou social, seja ela defensiva ou ofensiva, deve-se compreender como um questionamento da sociedade capitalista, da sociedade de classes que prima pela elevação da exploração sob a desculpa da concorrência de mercado. Os metalúrgicos de São José, Campinas, Limeira e Santos vêm dando o exemplo, agora é necessário avançar para um debate de unificação nacional da data-base de metalúrgicos, piso salarial unificado e outras bandeiras sociais como a licença maternidade de 180 dias.
Retirado do Site do PSTU
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