domingo, 8 de novembro de 2009

10ª Parada LGBT em Natal não foi só micareta

No último domingo, 08/11, a Avenida Prudente de Morais foi completamente tomada por carros de som, muita música e pelas cores do arco-íris. Esta época do ano, bastante sugestiva às festas de rua pela proximidade com o maior carnaval fora de época do Rio Grande Norte, viu se realizar mais uma micareta, mas não uma qualquer. A festa que levou às ruas de Natal cerca de 4 mil pessoas, era em comemoração à 10ª Parada do Orgulho LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros) de Natal.

O evento iniciou com concentração por volta das 15h e depois seguiu com a passagem de quatro trios elétricos, que levaram os animados foliões para o largo do Machadão, onde aconteceu um show musical. Lamentavelmente, como tem sido comum nas atividades ligadas ao setor LGBT, a Parada que deveria ter o objetivo de chamar a atenção para levar à frente um luta contra a homofobia, o preconceito, a discriminação, teve um caráter meramente festivo e financiado por empresas e governos, que fazem questão de não apresentar nenhuma política conseqüente em defesa dos homossexuais.


Uma coluna vermelha se diferenciou na Parada

Indo de encontro ao caráter de festa montado pelos governos e por diversas direções do movimento que não têm interesse em construir um movimento LGBT classista e independente, este ano foi formado um bloco de luta, independente dos governos e empresários, que mostrou que nem tudo está perdido.

Militantes do PSTU, da Conlutas, ANEL, esquerda da UNE, estudantes da FACEX, FATERN, UERN, UFRN E UNP estiveram presentes com faixas, bandeiras e e materiais próprios. O chamado à organização independente do setor LGBT para construir lutas através da ação direta e a exigência de políticas consequentes por parte dos governos foram os principais eixos do bloco.

Mas a participação do bloco não se restringiu a isso. Pelo Sindicato dos Bancários, fiz uma intervenção junto com minha companheira (Bárbara, representando o movimento estudantil) e convocamos o movimento para se levantar contra a homofobia, mas não somente em dias de festa e sim, construindo as lutas no dia-a-dia.

O nosso chamado ao movimento LGBT também não se restringiu à luta imediata por direitos, mas principalmente para dar um caráter estratégico às lutas, pois sem lutar para destruir o capitalismo, qualquer luta contra o preconceito, discriminação e violência contra os setores oprimidos será uma luta parcial.


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