quarta-feira, 3 de abril de 2013

Em Porto Alegre, mais de 10 mil jovens vão às ruas contra o aumento do ônibus

Movimento contra o aumento das passagens determinado pelo governo Fortunati aumenta cada vez mais



Milhares de jovens saíram às ruas em Porto Alegre contra o aumento
Por meses, centenas de estudantes vêm se organizando em torno da pauta do aumento de passagens. Articulados desde janeiro no Bloco de Lutas Contra o Aumento de Passagens, os estudantes tinham como principal objetivo barrar o aumento da tarifa de ônibus que anualmente a prefeitura impõe sobre os trabalhadores de Porto Alegre antes mesmo do Carnaval.


2013 foi diferente!

Mas como um movimento de pouco mais de uma centena de estudantes culminou em um grande ato com cerca de 10 mil estudantes e trabalhadores na última segunda-feira, 1º de abril?

Há dois fatores que, somados à organização do Bloco, devem ser analisados. O primeiro foi a investigação e orientação do Ministério Público de Contas a respeito do cálculo elaborado pela Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) para o reajuste da tarifa. Com base nessas orientações, o Tribunal de Contas do Estado (TCE) emitiu uma medida cautelar solicitando que a prefeitura utilizasse somente a frota operante de ônibus. Essa medida deveria acarretar na redução da passagem, dos antes R$ 2,85 para R$ 2,60. Ou seja, enquanto os empresários do transporte público pretendiam aumentar a tarifa para R$ 3,30, o TCE apontava para uma redução desse preço.

O segundo fator que deve ser analisado é a luta dos trabalhadores rodoviários. Também desde janeiro esses trabalhadores vêm se organizando em torno da pauta da redução da jornada de trabalho para 6 horas e pelo reajuste salarial. Porém, uma luta tocada pela base dos rodoviários contra o sindicato pelego e a patronal evidenciou ainda mais a apropriação do transporte público pelos empresários e governos para obter vantagens e lucros. Os trabalhadores rodoviários se organizaram em torno da Comissão de Negociação sobre o Dissídio, organizando paralisações, manifestações e atos junto com o Bloco de Luta Contra o Aumento de Passagens. A unidade entre os trabalhadores e a juventude foi um elemento qualidade para a organização e a luta em Porto Alegre.


A tarifa mais cara entre as capitais Brasileiras

Mesmo havendo parecer votado por unanimidade pelo TCE, que apontava para uma redução da Passagem, o Sindicato das Empresas de Ônibus de Porto Alegre (SEOPA) protocolou na prefeitura o pedido de 14,85% de reajuste, que elevaria a passagem para absurdos R$ 3,30. O Conselho Municipal de Transporte (COMTU) por 17 votos a 1 aprovou a elevação da tarifa para R$ 3,06 e no mesmo dia o vice-prefeito, Sebastião Melo (PMDB) sancionou a aprovação e fixou o valor da tarifa em R$ 3,05, colocando esta como a mais cara dentre as capitais brasileiras.


Contrariando o TCE e um estudo do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócioeconômicos (DIEESE): “O desincentivo ao transporte coletivo em Porto Alegre”, que coloca que enquanto a passagem de ônibus subiu 670% entre 1994 e 2012, a inflação foi de menos de 310%, o prefeito Fortunati aumentou a tarifa de ônibus defendendo o bolso dos empresários, atacando o bolso dos trabalhadores.


O transporte é público, mas o lucro é privado

Nos grandes centros urbanos, como em Porto Alegre, os trabalhadores dependem do transporte público para trabalhar e os estudantes para estudar, é condição básica para a locomoção na cidade.

É possível ter um transporte mais eficiente e barato, mas para isso é preciso ter uma política de enfrentar os grandes consórcios, que detém as licitações do transporte coletivo. Essas medidas passam, em primeiro lugar, por uma fiscalização mais rigorosa dos serviços prestados por essas empresas, analisando horário, lotação e qualidade dos serviços e as planilhas das empresas. Passa por um fortalecimento da CARRIS, como empresa pública, que garanta um serviço de qualidade que vise o atendimento à população e não o lucro. É preciso tomar medidas para garantir um transporte de qualidade, os sindicatos e o movimento estudantil devem criar uma auditoria da tarifa, para analisar esses anos de aumento acima da inflação.


Fortunati governa para os empresários

O aumento das passagens não é o único exemplo de que Fortunati governa para os empresários de Porto Alegre. São milhares de reais em estádios e vias, mas nenhum centavo a mais para saúde pública e educação. Enquanto a dengue se prolifera na cidade, a preocupação do Prefeito é arrancar árvores para duplicar vias para copa que trará milhões de lucros para os grandes empresários.

Seu governo não poupa esforços em promover a exclusão social. Seja pelos absurdos despejos devido as obras da copa, seja pela segregação cultural que a juventude sofre com o fechamento das casas noturnas notoriamente reconhecidas como ponto de encontro da periferia, a atual prefeitura coloca em prática o pacote de medidas made in FIFA para adequar a cidade aos turistas e não aos trabalhadores.


Revogar o aumento de passagens sem perder nenhum direito!

Quinta-feira vai ser maior! Esse era o grito dos milhares que se aglomeraram no Largo Zumbi dos Palmares onde teve fim o ato. A manifestação que será a 8º organizada pelo Bloco de Luta Contra o Aumento de Passagens já tem hora e local para acontecer. O movimento cresce, se multiplica. Os manifestantes exigem a revogação do aumento do último dia 25, lutam pela redução da tarifa e pela garantia dos direitos (meio passe estudantil e passe livre para idosos) históricos. Através das redes sociais, com mobilização nas universidades, escolas e sindicatos e principalmente nas ruas a população de Porto Alegre apóia e participa cada vez mais dos atos!

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Retirado do Site do PSTU

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