quarta-feira, 27 de março de 2013

Demissões de 598 trabalhadores do lay-off são injustificáveis

General Motors envia cartas de demissão para trabalhadores em lay-off. Presidente Dilma poderia ter evitado cortes



Enquanto a empresa demite, funcionários são obrigados a fazerem hora extra
A General Motor de São José dos Campos iniciou, nesta terça-feira, dia 26, o envio de 598 cartas de demissão para os trabalhadores que estão em lay-off (contratos de trabalho suspensos). Hoje, termina o prazo do lay-off iniciado há sete meses na montadora. Setecentos e quarenta e oito funcionários da GM estão nesta condição, mas, pela estimativa do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, cerca de 300 têm estabilidade garantida e, portanto, não podem ser demitidos. Para a montadora, apenas 150 são estáveis.

Na última sexta-feira, dia 22, o Sindicato se reuniu com a GM para reivindicar a volta de todos os trabalhadores à fábrica. A empresa, entretanto, manteve-se irredutível e reafirmou seu plano de demissão.

Há um ano, o Sindicato vem realizando uma forte campanha pela manutenção de todos os postos de trabalho. No início de 2012, a GM anunciou que pretendia demitir 1.840 trabalhadores na planta de São José dos Campos e fechar o setor MVA (Montagem de Veículos Automotores). Os cortes só não aconteceram em razão das mobilizações dos trabalhadores e do acordo negociado com o Sindicato.

No dia 26 de janeiro de 2013, GM e Sindicato chegaram a um acordo que garantiu investimentos de R$ 500 milhões e a continuidade da produção do Classic na fábrica de São José dos Campos e garantia do nível de emprego no MVA até dezembro. O mesmo acordo estendeu o lay-off até 26 de março.

O fato é que não existe motivo para demissões. Os trabalhadores que estão na fábrica têm feito excesso de hora extra, o que confirma que a produção está em alta. Além disso, a GM continua importando veículos da Coreia, da Argentina e do México. Se esses carros fossem produzidos aqui, o cenário seria bem diferente. Em vez de demitir, a GM teria de contratar pelo menos mais 3 mil trabalhadores.

O Sindicato tem apresentado várias alternativas para a manutenção de todos os postos de trabalho. Mas, a empresa não aceitou nenhuma proposta e se recusa a buscar alternativas que evitem as demissões.

Lamentavelmente, essa postura absurda da GM tem a conivência da presidente Dilma Rousseff, que sempre se mostrou benevolente com as empresas, mas nunca exigiu que assumissem um compromisso para garantir empregos e direitos aos trabalhadores.

Desde o Plano Brasil Maior, o Governo Federal vem tomando uma série de medidas em favor da indústria automobilística, com incentivos fiscais e financiamentos. Por outro lado, não foi tomada nenhuma medida sequer para garantir os empregos dos trabalhadores.

A sociedade brasileira não pode aceitar isso. Por isso, continuaremos com nossa luta em defesa dos empregos e direitos e por mais investimentos na planta.

De agosto de 2011 a setembro de 2012, a GM fechou 1.310 postos de trabalho no país, segundo dados do Caged.

As demissões em São José dos Campos fazem parte do plano de reestruturação adotado pela GM em todo mundo, com fechamento de fábricas, precarização das condições de trabalho e redução de direitos.

A planta da GM em São José dos Campos possui 7.200 funcionários e produz os modelos Classic, S10 e Blazer, além de motores, transmissão e kits de exportação.


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Retirado do Site do PSTU

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