quinta-feira, 5 de julho de 2012

Produção industrial tem nova queda e rebaixa ainda mais expectativa do PIB

Governo Dilma já deu R$ 102 bilhões à indústria em incentivos, enquanto setor demite


Setor automotivo puxou queda
A divulgação da produção industrial de maio, realizado nesse dia 3 pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), acendeu a luz amarela no governo. No primeiro mês da implementação de uma nova rodada de desoneração à indústria, esses números estavam sendo aguardados com expectativa. E pelo jeito, as ações de “estímulo” do governo Dilma ao setor não foram suficientes para conter a freada. Em maio, a produção industrial caiu 0,9% em relação a abril, nona queda consecutiva, acumulando retração de 3,4% só este ano.

Em relação a maio de 2011, a queda acumulada foi 4,3%, a pior desde setembro de 2009, quando o país enfrentava os efeitos da crise econômica internacional. A indústria automotiva puxou os resultados negativos, despencando 5,3% nesses 12 meses. O setor de alimentos, que vinha em uma dinâmica de crescimento, caiu 3,4% no mês. Já a produção de bens de capital (máquinas e equipamentos) caiu 1,8% em maio em relação a abril e 12,2% ao longo do ano. Isso indica uma redução nos investimentos da indústria e mais resultados negativos à frente.

Tal quadro jogou ainda mais sombra no resultado do PIB do país em 2012, com analistas de mercado vislumbrando uma quase estagnação, com expansão de apenas 1% a 2%. Só o governo ainda aposta ainda num crescimento de 3,5%. É o resultado, na indústria, da redução dos investimentos no último período, reflexo da crise que ainda castiga os EUA e se aprofunda cada vez mais na Europa.




Governo financia demissões

A queda na produção industrial, sentida em 14 dos 27 ramos da indústria, além de apontar com ainda mais força a tendência de estagnação da economia, mostra a ineficiência da política de isenções e subsídios à indústria. Só no governo Dilma foram oito pacotes de “estímulos” que, juntos, somaram R$ 102 bilhões, segundo levantamento realizado pelo jornal O Globo, que destaca que tal montante equivale a mais de um mês de arrecadação de todos os impostos e contribuições do governo federal.

O dinheiro que o governo deixa de arrecadar, porém, não está indo para a reativação da produção, e muito menos para geração de empregos. Pelo contrário, as indústrias beneficiadas não estão contratando e algumas estão até demitindo. Setores beneficiados pela isenção reduziram o ritmo de contratação em até 74% este ano, em comparação com 2011. O setor de autopeças, por exemplo, já fechou 5,5 mil postos de trabalho em 2012.

Isso mostra que, longe de reativar a economia e gerar empregos, como consta no discurso oficial, a desoneração à indústria vem servindo somente para proteger o lucro das empresas diante da desaceleração. A GM, por exemplo, apesar de se beneficiar da redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), acabou de abrir o segundo PDV (Programa de Demissão Voluntária) este ano na planta de São José dos Campos (SP), enquanto ameaça fechar um dos setores da fábrica e mandar para rua 1500 funcionários.


Consumo baseado no endividamento se esgotou

A queda na indústria e a estagnação da economia apontam para o esgotamento de um modelo de crescimento baseado no consumo via crédito facilitado. Tal mecanismo pode aumentar o consumo em um primeiro momento, mas não é capaz de gerar crescimento a longo prazo e ainda afunda as famílias em dívidas. Segundo o Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), o comprometimento da renda das famílias com dívidas passou de 19,8% em abril de 2011 para 22,1% para abril deste ano.

O valor total das dívidas corresponde a 43,3% da renda anual das famílias, segundo o Banco Central, recorde desde que a pesquisa começou a ser realizada, em 2005, quando era de 18,4%. Reflexo imediato, a inadimplência cresce e bate recordes em setores como no crédito para a compra de veículos (6,1%) e nas faturas de cartão de crédito (29,4%).

Clique aqui e baixe a pesquisa do IBGE


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Retirado do Site do PSTU

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