Leia a carta divulgada pelo PSTU Goiânia sobre o envolvimento do vereador Elias Vaz (PSOL) com o bicheiro Carlinhos Cachoeira
Estimados companheiros e companheiras,
A intenção dessa carta é tornar pública nossa posição enquanto partido a respeito das denúncias sobre Elias Vaz e sua relação com o bicheiro Carlinhos Cachoeira, bem como fazer um chamado a uma reflexão mais ampla sobre os rumos que vem trilhando o PSOL.
Não escrevemos com alegria, mas com preocupação. A militância do PSOL, junto conosco, faz parte da oposição de esquerda aos governos, leva em seu nome o “socialismo” e é assim amplamente reconhecida. No momento em que o vale-tudo da política desgasta os partidos tradicionais, que já viraram piada perante a população, a tarefa dos socialistas é mostrar claramente que somos o oposto de tudo isso que está aí! Por isso somos os que estão na luta! Os que arriscam seus empregos na defesa dos direitos dos trabalhadores! Os que lutam de maneira intransigente contra os governos capitalistas e seu sistema injusto e corrupto! Os que se entregam de corpo e alma à luta dos trabalhadores!
Quando um dirigente de um partido como o PSOL se envolve num caso que é manchete de corrupção em todos os jornais, é inescapável que essa desconfiança nos partidos tradicionais recaia nas costas de todos os partidos que se dizem representar os interesses dos trabalhadores. Consequentemente, na consciência das amplas massas, as denúncias de corrupção contra Elias Vaz, conhecida figura pública do PSOL, que chegou a despontar em segundo lugar nas pesquisas para a prefeitura de Goiânia, não ficam somente com o PSOL. Elas têm reflexo sobre o conjunto da oposição de esquerda, uma vez que semeiam a desconfiança, inclusive entre os setores mais esclarecidos dos trabalhadores. Por isso, diferente da direita tradicional e do PT, que ficam felizes com essas denúncias, pois elas os possibilitam alegar que somos corruptos como eles, nós do PSTU não ficamos.
E entendemos que a corrupção de um dirigente, individualmente, não pode necessariamente nos levar à conclusão de que uma organização inteira é corrupta. Nenhum de nós está livre da possibilidade de ter oportunistas em nosso meio. No entanto, sempre que surge alguma dúvida sobre o caráter de algum de nossos membros, a posição defendida pela direção passa a ser o critério definidor de até que ponto nossas organizações estão dispostas a aceitar a degeneração e a traição de classe. Até que ponto os cálculos eleitorais e de aparato se sobrepõe aos princípios socialistas.
Como agiu a Direção do PSOL?
Nesse sentido, companheiros, o que mais nos preocupa é a postura da direção e das figuras públicas do PSOL frente às acusações. Diante de uma escuta telefônica que mostra Elias Vaz chamando Cachoeira de “companheiro”, a posição majoritária do alto comando do PSOL foi a de proteger e blindar o vereador, sob o manto legalista de garantir o seu direito de defesa “antes de qualquer providência”.
Nós somos totalmente favoráveis ao direito de ampla defesa! No entanto, não o utilizamos como manobra burocrática para encobrir um verdadeiro escândalo. Um parlamentar socialista que é flagrado chamando o chefe de uma quadrilha nacional de corrupção de “companheiro” deve ser imediatamente afastado de suas funções até que se concluam as investigações! Isso é o mínimo! É o que exigimos quando qualquer político burguês é flagrado em uma situação do tipo: que se afaste e depois se explique! Foi o próprio PSOL que iniciou a campanha pelo “Fora Agnelo”, no início das denuncias sobre Cachoeira! Por que não “Fora Elias”? Os corruptos que reivindicam o “socialismo” merecem um processo mais ameno do que os corruptos tradicionais?
Nós do PSTU achamos que é justamente o contrário. A corrupção não pode, em hipótese nenhuma, ser tolerada entre os socialistas. Menos ainda entre os dirigentes e as figuras públicas. Achamos uma vergonha a tolerância e, mais que isso, a blindagem de um dirigente que chama de “Companheiro” um dos chefes da máfia em nosso país.
“Companheiro”, estimados camaradas, significa “aquele que come do mesmo pão”. Essa expressão acabou sendo banalizada pelo PT. Mas nós, revolucionários, fazemos questão de usá-la da maneira apropriada. E nós nunca comemos nem comeremos do mesmo pão que Carlinhos Cachoeira!
Este fato, por si só, já mereceria sérias reflexões por parte da militância do PSOL e achamos louvável o posicionamento público e a luta de alguns companheiros para manter limpa a bandeira que defendem. No entanto, a postura da Direção do PSOL nesse episódio não foi um fato isolado! A Direção do PSOL vem sendo sistematicamente conivente com o conjunto de práticas que transformou o PT da década de 1980 no PT que existe hoje! Coligações com legendas de aluguel da burguesia, financiamento de empresas privadas, conivência com a corrupção e, principalmente, desrespeito pela vontade da base do partido! É triste, camaradas, mas é inescapável a conclusão de que, nas polêmicas mais importantes que surgiram, a voz lutadora da base do PSOL foi calada com os métodos burocráticos de uma direção que age como qualquer direção de um partido de tendências: mais vale a luta pelo aparato do que a sinceridade, a autocrítica ou do que a vontade soberana da base que constrói o partido nas lutas do dia-a-dia!
Uma alternativa socialista e revolucionária centralizada democraticamente: a única opção realista!
Nesse momento, é importante lembrar o processo que levou à construção do PSOL. Em virtude dos rumos do primeiro governo do PT, cada vez mais abertamente pró-imperialista, uma parcela do que havia de melhor na vanguarda das lutas em nosso país teve a percepção da necessidade de avançar em uma alternativa para os trabalhadores. E teve a coragem de ousar ir além da chantagem política que o PT então fazia: a de que romper com o PT e construir um partido socialista significava uma opção pelo isolamento.
Apesar das incertezas, uma larga camada de ativistas e intelectuais, corajosamente, rompeu com o PT e se dedicou nos anos seguintes à construção do PSOL como uma possibilidade de alternativa. A militância do PSTU participou atentamente desse debate e pôs à prova a possibilidade de estar errada no momento que não aceitou as tendências permanentes e foi expulsa do processo de construção do PSOL. Opinamos hoje, muito francamente, que se exitiu em 2003 a dúvida sobre qual forma de partido era mais democrática (o de tendências permanentes ou o que se centraliza democraticamente), os episódios dos últimos anos vem mostrando claramente a quem serve a suposta liberdade dos partidos de tendências: é a liberdade para os dirigentes fazerem o que bem entendem, sem precisar se explicar para a base que constrói o partido.
A rapidez com que o PSOL está adotando os métodos do PT nos deixa tristes, mas aumenta nossa convicção no formato leninista de partido. Acreditamos que o rumo do PSOL em direção às mesmas concessões que levaram o PT a construir um governo pró-imperialista, que se apoia na ilusão dos trabalhadores para impor uma política capitalista, deve levar a uma profunda reflexão por parte dos camaradas, pois é necessário manter viva a esperança e a coragem que foi exigida no momento de romper com o PT! Era uma necessidade dos trabalhadores e da luta socialista construir uma alternativa, por mais minoritária que fosse naquele momento. E o processo de reorganização política e sindical que veio nos anos seguintes não só provou que a ruptura com o PT não era uma política rumo ao isolamento mas, ao contrário, era a única opção política consequente para fazer avançar a organização dos lutadores dos movimentos sindical, estudantil e popular.
Achamos que é chegada a hora de uma nova reflexão. Independente de nossas divergências táticas, o mesmo respeito e camaradagem com que atuamos no dia-a-dia com vocês nos obriga a fazer, de maneira franca, esse chamado: manter viva a esperança e a coragem de lutar pela vitória da revolução socialista no Brasil significa, neste momento, romper com o PSOL, como bravamente fez a camarada Noélia Brito em Recife.
De nossa parte, mantemos a disposição em discutirmos conjuntamente a construção de uma alternativa. Sabemos que nosso partido não é perfeito. Mas é por ele que lutamos e, com o método do centralismo democrático, controlamos coletivamente os rumos de nossa organização.
Mas independente da decisão de cada companheiro individualmente, continuaremos juntos nas lutas concretas dos trabalhadores. Achamos uma pena estarmos separados nas eleições, mas a posição do PSOL diante dos fatos aqui relatados não nos deixava outra opção. No entanto, queremos estar juntos na luta, pois na luta amadurecerá a classe operária e a juventude de nossa cidade! Na luta enfrentaremos o governo que vier, seja ele Paulo Garcia (PT) ou qualquer outro das coligações burguesas que estão na disputa pelo aparato da prefeitura de Goiânia.
E fazemos o chamado amplo aos setores honestos do PSOL, para que se recusem a reeleger Elias Vaz vereador! Nas eleições proporcionais, votem contra a corrupção e a capitulação! Votem contra burguês! Votem 16!
Saudações socialistas,
PSTU Goiânia
Retirado do Site do PSTU
Estimados companheiros e companheiras,
A intenção dessa carta é tornar pública nossa posição enquanto partido a respeito das denúncias sobre Elias Vaz e sua relação com o bicheiro Carlinhos Cachoeira, bem como fazer um chamado a uma reflexão mais ampla sobre os rumos que vem trilhando o PSOL.
Não escrevemos com alegria, mas com preocupação. A militância do PSOL, junto conosco, faz parte da oposição de esquerda aos governos, leva em seu nome o “socialismo” e é assim amplamente reconhecida. No momento em que o vale-tudo da política desgasta os partidos tradicionais, que já viraram piada perante a população, a tarefa dos socialistas é mostrar claramente que somos o oposto de tudo isso que está aí! Por isso somos os que estão na luta! Os que arriscam seus empregos na defesa dos direitos dos trabalhadores! Os que lutam de maneira intransigente contra os governos capitalistas e seu sistema injusto e corrupto! Os que se entregam de corpo e alma à luta dos trabalhadores!
Quando um dirigente de um partido como o PSOL se envolve num caso que é manchete de corrupção em todos os jornais, é inescapável que essa desconfiança nos partidos tradicionais recaia nas costas de todos os partidos que se dizem representar os interesses dos trabalhadores. Consequentemente, na consciência das amplas massas, as denúncias de corrupção contra Elias Vaz, conhecida figura pública do PSOL, que chegou a despontar em segundo lugar nas pesquisas para a prefeitura de Goiânia, não ficam somente com o PSOL. Elas têm reflexo sobre o conjunto da oposição de esquerda, uma vez que semeiam a desconfiança, inclusive entre os setores mais esclarecidos dos trabalhadores. Por isso, diferente da direita tradicional e do PT, que ficam felizes com essas denúncias, pois elas os possibilitam alegar que somos corruptos como eles, nós do PSTU não ficamos.
E entendemos que a corrupção de um dirigente, individualmente, não pode necessariamente nos levar à conclusão de que uma organização inteira é corrupta. Nenhum de nós está livre da possibilidade de ter oportunistas em nosso meio. No entanto, sempre que surge alguma dúvida sobre o caráter de algum de nossos membros, a posição defendida pela direção passa a ser o critério definidor de até que ponto nossas organizações estão dispostas a aceitar a degeneração e a traição de classe. Até que ponto os cálculos eleitorais e de aparato se sobrepõe aos princípios socialistas.
Como agiu a Direção do PSOL?
Nesse sentido, companheiros, o que mais nos preocupa é a postura da direção e das figuras públicas do PSOL frente às acusações. Diante de uma escuta telefônica que mostra Elias Vaz chamando Cachoeira de “companheiro”, a posição majoritária do alto comando do PSOL foi a de proteger e blindar o vereador, sob o manto legalista de garantir o seu direito de defesa “antes de qualquer providência”.
Nós somos totalmente favoráveis ao direito de ampla defesa! No entanto, não o utilizamos como manobra burocrática para encobrir um verdadeiro escândalo. Um parlamentar socialista que é flagrado chamando o chefe de uma quadrilha nacional de corrupção de “companheiro” deve ser imediatamente afastado de suas funções até que se concluam as investigações! Isso é o mínimo! É o que exigimos quando qualquer político burguês é flagrado em uma situação do tipo: que se afaste e depois se explique! Foi o próprio PSOL que iniciou a campanha pelo “Fora Agnelo”, no início das denuncias sobre Cachoeira! Por que não “Fora Elias”? Os corruptos que reivindicam o “socialismo” merecem um processo mais ameno do que os corruptos tradicionais?
Nós do PSTU achamos que é justamente o contrário. A corrupção não pode, em hipótese nenhuma, ser tolerada entre os socialistas. Menos ainda entre os dirigentes e as figuras públicas. Achamos uma vergonha a tolerância e, mais que isso, a blindagem de um dirigente que chama de “Companheiro” um dos chefes da máfia em nosso país.
“Companheiro”, estimados camaradas, significa “aquele que come do mesmo pão”. Essa expressão acabou sendo banalizada pelo PT. Mas nós, revolucionários, fazemos questão de usá-la da maneira apropriada. E nós nunca comemos nem comeremos do mesmo pão que Carlinhos Cachoeira!
Este fato, por si só, já mereceria sérias reflexões por parte da militância do PSOL e achamos louvável o posicionamento público e a luta de alguns companheiros para manter limpa a bandeira que defendem. No entanto, a postura da Direção do PSOL nesse episódio não foi um fato isolado! A Direção do PSOL vem sendo sistematicamente conivente com o conjunto de práticas que transformou o PT da década de 1980 no PT que existe hoje! Coligações com legendas de aluguel da burguesia, financiamento de empresas privadas, conivência com a corrupção e, principalmente, desrespeito pela vontade da base do partido! É triste, camaradas, mas é inescapável a conclusão de que, nas polêmicas mais importantes que surgiram, a voz lutadora da base do PSOL foi calada com os métodos burocráticos de uma direção que age como qualquer direção de um partido de tendências: mais vale a luta pelo aparato do que a sinceridade, a autocrítica ou do que a vontade soberana da base que constrói o partido nas lutas do dia-a-dia!
Uma alternativa socialista e revolucionária centralizada democraticamente: a única opção realista!
Nesse momento, é importante lembrar o processo que levou à construção do PSOL. Em virtude dos rumos do primeiro governo do PT, cada vez mais abertamente pró-imperialista, uma parcela do que havia de melhor na vanguarda das lutas em nosso país teve a percepção da necessidade de avançar em uma alternativa para os trabalhadores. E teve a coragem de ousar ir além da chantagem política que o PT então fazia: a de que romper com o PT e construir um partido socialista significava uma opção pelo isolamento.
Apesar das incertezas, uma larga camada de ativistas e intelectuais, corajosamente, rompeu com o PT e se dedicou nos anos seguintes à construção do PSOL como uma possibilidade de alternativa. A militância do PSTU participou atentamente desse debate e pôs à prova a possibilidade de estar errada no momento que não aceitou as tendências permanentes e foi expulsa do processo de construção do PSOL. Opinamos hoje, muito francamente, que se exitiu em 2003 a dúvida sobre qual forma de partido era mais democrática (o de tendências permanentes ou o que se centraliza democraticamente), os episódios dos últimos anos vem mostrando claramente a quem serve a suposta liberdade dos partidos de tendências: é a liberdade para os dirigentes fazerem o que bem entendem, sem precisar se explicar para a base que constrói o partido.
A rapidez com que o PSOL está adotando os métodos do PT nos deixa tristes, mas aumenta nossa convicção no formato leninista de partido. Acreditamos que o rumo do PSOL em direção às mesmas concessões que levaram o PT a construir um governo pró-imperialista, que se apoia na ilusão dos trabalhadores para impor uma política capitalista, deve levar a uma profunda reflexão por parte dos camaradas, pois é necessário manter viva a esperança e a coragem que foi exigida no momento de romper com o PT! Era uma necessidade dos trabalhadores e da luta socialista construir uma alternativa, por mais minoritária que fosse naquele momento. E o processo de reorganização política e sindical que veio nos anos seguintes não só provou que a ruptura com o PT não era uma política rumo ao isolamento mas, ao contrário, era a única opção política consequente para fazer avançar a organização dos lutadores dos movimentos sindical, estudantil e popular.
Achamos que é chegada a hora de uma nova reflexão. Independente de nossas divergências táticas, o mesmo respeito e camaradagem com que atuamos no dia-a-dia com vocês nos obriga a fazer, de maneira franca, esse chamado: manter viva a esperança e a coragem de lutar pela vitória da revolução socialista no Brasil significa, neste momento, romper com o PSOL, como bravamente fez a camarada Noélia Brito em Recife.
De nossa parte, mantemos a disposição em discutirmos conjuntamente a construção de uma alternativa. Sabemos que nosso partido não é perfeito. Mas é por ele que lutamos e, com o método do centralismo democrático, controlamos coletivamente os rumos de nossa organização.
Mas independente da decisão de cada companheiro individualmente, continuaremos juntos nas lutas concretas dos trabalhadores. Achamos uma pena estarmos separados nas eleições, mas a posição do PSOL diante dos fatos aqui relatados não nos deixava outra opção. No entanto, queremos estar juntos na luta, pois na luta amadurecerá a classe operária e a juventude de nossa cidade! Na luta enfrentaremos o governo que vier, seja ele Paulo Garcia (PT) ou qualquer outro das coligações burguesas que estão na disputa pelo aparato da prefeitura de Goiânia.
E fazemos o chamado amplo aos setores honestos do PSOL, para que se recusem a reeleger Elias Vaz vereador! Nas eleições proporcionais, votem contra a corrupção e a capitulação! Votem contra burguês! Votem 16!
Saudações socialistas,
PSTU Goiânia
Retirado do Site do PSTU
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