Polícia assassina jovem negro e provoca levante na periferia britânica, descontente com a crise econômica e social
O assassinato de um jovem negro pela polícia no subúrbio de Londres deu início a uma onda de radicalizados protestos que em pouco tempo se alastrou pela periferia da capital britânica . Mark Duggan, de 29 anos, foi morto pela polícia no bairro de Tottenham, no último dia 4 de agosto, em uma quinta-feira, em circunstâncias ainda não esclarecidas. Ele estava em um taxi quando foi atingido pelos disparos da polícia.
A Scotland Yard havia dito que os agentes apenas responderam aos tiros efetuados pelo jovem. O jornal The Guardian, porém, informou que os primeiros exames realizados em um rádio comunicador da polícia, revelam que ele foi atingido por disparos da própria polícia.
No sábado, dia 6, cerca de 200 pessoas, entre amigos e familiares protestaram na delegacia da região pela morte do jovem, com gritos de “Justiça para Duggan”. A polícia reprimiu violentamente a manifestação e só jogou mais gasolina na revolta. O protesto logo se transformou em uma revolta radicalizada que, no domingo, já se espalhava do norte de Londres, para a periferia ao sul da cidade, em bairros como Brixton, e até mesmo próximo do centro, como Oxford Street.
Levante
As manifestações continuaram em uma escalada progressiva nos três dias seguintes. Saques, carros, ônibus e prédios incendiados mostravam a raiva acumulada pela juventude londrina, grande parte composta por negros e imigrantes. A intensidade da revolta pegou o governo e as autoridades de surpresa. O primeiro-ministro David Cameron, que se recusou a interromper as férias enquanto as bolsas em todo o mundo despencavam, retornou ao posto para cuidar da crise aberta pela revolta.
A resposta da polícia, por sua vez, foi ainda mais violência. Ao final desse dia 8, no terceiro dia de protestos, 200 pessoas já havia sido presas. O governo responsabiliza a revolta pela suposta ação de “vândalos” e diz que a onda de violência se daria por um fenômeno de “criminalidade imitada”. A ministra do Interior, Thereza May, qualificou os manifestantes de “delinquentes”. Já a grande imprensa, com o aval da polícia, por incrível que pareça, afirma que a “desordem” foi organizada através das redes sociais, como o twitter e o facebook.
Bomba relógio
O assassinato do jovem negro pela polícia foi o estopim para uma revolta generalizada, dando vazão a uma situação de ódio acumulado por anos de repressão policial, discriminação e pobreza aprofundado pela crise econômica. O caráter anárquico dos protestos e a radicalização lembram as manifestações que tomaram conta dos subúrbios de Paris em 2005, quando a violência da polícia provocou uma onda de revoltas, justamente como acontece em Londres.
Agora, o desemprego, os cortes sociais, o desmonte do que restou do Estado de Bem Estar Social e a crescente xenofobia na Europa são o fermento para revoltas cada vez mais violentas de uma juventude sem perspectivas.
Retirado do Site do PSTU
Polícia reprime manifestantes em Londres |
A Scotland Yard havia dito que os agentes apenas responderam aos tiros efetuados pelo jovem. O jornal The Guardian, porém, informou que os primeiros exames realizados em um rádio comunicador da polícia, revelam que ele foi atingido por disparos da própria polícia.
No sábado, dia 6, cerca de 200 pessoas, entre amigos e familiares protestaram na delegacia da região pela morte do jovem, com gritos de “Justiça para Duggan”. A polícia reprimiu violentamente a manifestação e só jogou mais gasolina na revolta. O protesto logo se transformou em uma revolta radicalizada que, no domingo, já se espalhava do norte de Londres, para a periferia ao sul da cidade, em bairros como Brixton, e até mesmo próximo do centro, como Oxford Street.
Levante
As manifestações continuaram em uma escalada progressiva nos três dias seguintes. Saques, carros, ônibus e prédios incendiados mostravam a raiva acumulada pela juventude londrina, grande parte composta por negros e imigrantes. A intensidade da revolta pegou o governo e as autoridades de surpresa. O primeiro-ministro David Cameron, que se recusou a interromper as férias enquanto as bolsas em todo o mundo despencavam, retornou ao posto para cuidar da crise aberta pela revolta.
A resposta da polícia, por sua vez, foi ainda mais violência. Ao final desse dia 8, no terceiro dia de protestos, 200 pessoas já havia sido presas. O governo responsabiliza a revolta pela suposta ação de “vândalos” e diz que a onda de violência se daria por um fenômeno de “criminalidade imitada”. A ministra do Interior, Thereza May, qualificou os manifestantes de “delinquentes”. Já a grande imprensa, com o aval da polícia, por incrível que pareça, afirma que a “desordem” foi organizada através das redes sociais, como o twitter e o facebook.
Bomba relógio
O assassinato do jovem negro pela polícia foi o estopim para uma revolta generalizada, dando vazão a uma situação de ódio acumulado por anos de repressão policial, discriminação e pobreza aprofundado pela crise econômica. O caráter anárquico dos protestos e a radicalização lembram as manifestações que tomaram conta dos subúrbios de Paris em 2005, quando a violência da polícia provocou uma onda de revoltas, justamente como acontece em Londres.
Agora, o desemprego, os cortes sociais, o desmonte do que restou do Estado de Bem Estar Social e a crescente xenofobia na Europa são o fermento para revoltas cada vez mais violentas de uma juventude sem perspectivas.
Retirado do Site do PSTU
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