quarta-feira, 30 de março de 2011

Em reunião com o Planalto, CSP-Conlutas defende punição às empreiteiras

Atnágoras Lopes defendeu o cancelamento dos contratos do governo com as empreiteiras que desrespeitam a legislação trabalhista, e cobrou maior fiscalização das obras


A CSP-Conlutas esteve na manhã desse dia 29 de março em uma reunião chamada pelo governo com as centrais sindicais e representantes das empreiteiras das obras do PAC, o Plano de Aceleração do Crescimento. A reunião, convocada pelo ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, teve como pauta as revoltas operárias que viraram de ponta cabeça alguns dos principais canteiros de obras do PAC.

As rebeliões operárias causaram comoção a partir das manifestações no canteiro da usina Jirau, em Rondônia. A revolta se espalhou e hoje 80 mil trabalhadores da construção civil de obras do PAC estão paralisados em todo o país. De forma geral, denunciam as condições subumanas que vigoram nos canteiros comandados por grandes empreiteiras.

“Na reunião com o governo, defendemos a punição severa das empreiteiras que superexploram os trabalhadores e descumprem a legislação trabalhista”, afirmou Atnágoras Lopes, dirigente da CSP-Conlutas, que esteve na reunião junto com Zé Maria. Atnágoras é também dirigente da Construção Civil de Belém. Participaram ainda da reunião, da parte dos trabalhadores, representantes da CUT, Força Sindical, CGTB, NCST e a CTB, além do Sindicato Nacional da Construção Pesada.

Mesa de reunião em Brasília, de azul, o representante da CSP-Conlutas, Zé Maria

Ao contrário das demais centrais, os dirigentes da CSP-Conlutas defenderam o cancelamento dos contratos do governo com as empreiteiras que descumprem as leis trabalhistas. “Cobramos do governo também que ele garanta maiores condições para as fiscalizações do trabalho, com mais estrutura e um número maior de servidores, abrindo concursos públicos para a contratação de auditores fiscais”, relata Atnágoras.

Os representantes da CSP-Conlutas denunciaram ainda a brutal repressão contra os trabalhadores, que teve o uso da Força Nacional de Segurança em Rondônia. O ministro chegou a reconhecer a responsabilidade do governo na atual situação dos operários empregados nas obras do PAC.


Comissão

Ao final da reunião, o ministro Gilberto Carvalho encaminhou a criação de uma “Comissão Nacional Permanente” para seguir discutindo o estabelecimento de normas para a execução das obras e a proteção dos trabalhadores. Atnágoras Lopes vai compor a comissão pela CSP-Conlutas. A primeira reunião ocorre na manhã deste dia 31.


Onda de greves

As greves na construção civil se espalham pelo país. Além do caso dramático nas obras da hidrelétrica do Rio Madeira em Rondônia, há greves no Ceará, na refinaria do Pecém, em São Domingos, no Mato Grosso do Sul, e no porto de Suape, em Pernambuco, onde 35 mil operários estão de braços cruzados.


Retirado do Site do PSTU

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