quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Lula manda e o PT salva Sarney

Presidente comanda o acordão no Senado

DA REDAÇÃO DO OPINIÃO SOCIALISTA

Lula selou o acordão para pôr fim à crise política que há meses estremece o Senado. Partiu dele a ordem para os senadores do PT salvarem Sarney votando pelo arquivamento definitivo das denúncias contra o presidente do Senado. O PT foi fundamental para que o Conselho de Ética tenha aprovado, na tarde desse dia 19, o engavetamento das denúncias.

Segundo a Folha de S. Paulo, uma reunião convocada por Lula horas antes da sessão do Conselho de Ética foi o determinante por “centralizar” os senadores petistas e fechar o voto do partido em favor de Sarney. A bancada vivia um dilema. Ideli Salvatti (PT-SC) e Delcídio Amaral (PT-MS) são candidatos ao governo de seus estados e não queriam se indispor com os eleitores.

Da mesma forma, o então líder do PT, Aloizio Mercadante (PT-SP) é candidato à reeleição e temia o desgaste que adotar uma posição pró-Sarney poderia provocar. O único senador do PT no Conselho de Ética disposto a votar em defesa do presidente do Senado era João Pedro (PT-AM), suplente e amigo de Lula. Mas não tinha jeito. O governo já havia assumido o acordão com a oposição de direita: o arquivamento das denúncias contra Sarney em troca do fim das denúncias contra o líder tucano Arthur Virgílio (PSDB-AM).

O arquivamento das 11 denúncias contra Sarney venceu por 9 votos a 6. Na verdade, tratava-se já dos recursos contra o arquivamento dos pedidos de investigação. PSDB e DEM ensaiaram um discurso indignado, mas não deu para esconder o acordão. Momentos depois da absolvição de Sarney, o Conselho de Ética aprovou também o arquivamento da denúncia contra Virgílio. Nem mesmo o PMDB, que protocolou a denúncia, aprovou seu desarquivamento. 



Crise no PT 

Para poder amenizar o desgaste da votação, Ideli Salvatti pediu para o presidente da sigla, Berzoini, assinar uma nota “orientando” a bancada a votar em defesa de Sarney. Mercadante, porém, que defendia o desarquivamento de pelo menos uma denúncia, negou-se a ler publicamente a nota.

O senador Delcídio Amaral deu uma bronca pública em Mercadante em seu “twitter”. “Coisa feia @Mercadante. Pela manhã assumiu, junto aos sen. João Pedro, Ideli que iria ler carta do pres. Berzoini (junto). Na coletiva negou”, escreveu Delcídio.

A decisão de Lula centralizar os senadores do PT, passando por cima dos interesses eleitorais individuais dos parlamentares, abriu uma grave crise no partido. Após profundo desgaste na bancada, Mercadante resolveu deixar a liderança do partido. Já o senador Flávio Arns (PT –PR) anunciou sua saída do partido, após ter afirmado sentir “vergonha” de ser do PT.

Arns, porém, esbanjou elogios ao senador Arthur Virgílio e negocia sua filiação ao PSC.



Fora Sarney 

O movimento pelo “Fora Sarney” cresceu nas ruas a partir da primeira onda de arquivamentos das denúncias. Pesquisa indica que 78% dos brasileiros defendem a saída do senador. Agora, com o acordão consolidado, a indignação deve levar ainda mais pessoas às manifestações.

Ocorre uma convocação para uma onda de protestos pelo “Fora Sarney” para o próximo dia 22, sábado, a exemplo do que ocorreu no dia 15. 



Retirado do Site do PSTU 


No dia 27, estarei presente representando a Conlutas numa atividade chamando o "Fora Sarney" em conjunto com o Movimento Estudantil, a ANEL e SINTEST/RN.

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